Monster Jam Showdown é o novo game da franquia baseada nas famosas competições entre carros de rodas gigantes, os Monster Trucks. Ele traz uma série de modos de jogos, que variam desde corridas tradicionais, até provas onde é preciso fazer o máximo possível de manobras guiando os veículos.
E para quem não conhece a famosa competição, o game acaba se tornando uma forma de proporcionar uma “palhinha” do que esses monstros sobre quatro rodas gigantes são capazes de fazer. Mas será que vale a pena? Confira o review completo!
Escolha entre correr ou se exibir
Basicamente há dois modos principais em Monster Jam Showdown: o que envolve corridas tradicionais, e um de exibição de manobras, o famoso show onde a categoria é mundialmente conhecida.
O primeiro traz diferentes tipos de disputas, variando das tradicionais corridas em circuitos, até um divertido torneio eliminatório, onde você e um adversário competem no mesmo local, no mesmo traçado, e vence quem chega na frente. Esse por sinal é um dos mais divertidos, principalmente no modo online, já que os trajetos são curtos e cada erro pode ser fatal.
Há corridas onde é preciso vencer um oponente no mesmo trajetoFonte: Reprodução / Voxel
Há espaço também para uma inusitada prova, onde os competidores correm em um percurso circular, com uma reta no meio, cujo trajeto pode ser feito pela esquerda ou pela direita. Essa também é uma prova bem divertida, e que poderia ser muito mais se não fossem os diversos problemas na jogabilidade, que darei mais detalhes ao longo do texto.
Manobras livres
Por fim, a cereja do bolo são os modos de realização de manobras. Logo nos primeiros minutos de Monster Jam Showdown é possível conferir um rápido tutorial, mas que é bastante completo para te inserir na competição, já que ele explica como são feitas as manobras, e quais são as respectivas pontuações.
Com a prova rolando, me arrisco a dizer que o jogo se torna uma espécie de Tony Hawk’s Pro Skater de carros gigantes. Você é livre para criar o seu repertório que, assim como no jogo de skate, permite criar combos e executar uma sequência de manobras pré-estabelecidas por você antes de começar.
É interessante frisar também a variedade de arenas disponibilizadas. Por mais que os obstáculos e rampas sejam quase sempre os mesmos, eles se diferenciam em relação à posição, altura, comprimento, etc. Com isso, vale analisar bem os vídeos de introdução, antes de começar o seu show de manobras.
O game traz corridas em meio a cenários belíssimosFonte: Reprodução / Voxel
Carreira curta e direta, com gostinho de “quero mais”
Monster Jam Showdown é bem básico em relação ao seu modo principal, Showdown Tour, que funciona com uma espécie de Modo Carreira. Nele, é preciso disputar competições e ir progredindo com pontos de experiências. Esses, por sua vez, no momento que chegam a um novo nível, concedem uma série de itens para o jogador — como emblemas, ícones de perfil, vídeos de comemoração e, claro, novos carros.
Curiosamente, além dele, não há outro modo de jogo de competição Single Player. Ou seja, há apenas o Multiplayer, que pode ser disputado em tela dividida ou de forma online, e o Campo de Treino que, como o nome sugere, é apenas um espaço para praticar manobras com seus carros.
Com isso, caso você queira se divertir em uma prova específica, é preciso ir até o modo carreira e refazer uma etapa já disputada. Sendo assim, fica a sensação de que poderiam ter mais elementos para ampliar a vida útil do game, já que esse mesmo modo carreira também tem uma duração bem curta quando comparado a outros jogos de corrida.
Monster Jam Showdown diverte, mas traz modo carreira limitadoFonte: Reprodução / Voxel
Jogabilidade irritante
Antes de tudo, é preciso lembrar que sim, um jogo onde você assume o controle de carros com rodas gigantescas, e que possuem motores que proporcionam uma arrancada muito mais forte que o normal, não é fácil de se adaptar. Isso sem falar na tração das rodas traseiras, que por sua vez são controlados pelo analógico da direita, e que com o tempo pode até cair no seu gosto já que elas garantem um controle maior sobre o seu veículo.
Mas ao mesmo tempo, nada justifica o jogo apresentar uma das jogabilidades mais irritantes que já pude presenciar em toda a minha vida. A principal delas diz respeito à disputa entre os carros durante a corrida, mais precisamente quando eles ficam um atrás do outro. Os veículos simplesmente engatam de uma forma em que somente freando o carro é possível se desvincular do oponente a frente.
E isso se torna algo tão irritante ao ponto de sempre optar por largar bem atrás dos adversários para evitar esse problema, o que por sua vez compromete boa parte das corridas em dificuldades mais elevadas. Se não bastasse, não há uma prova classificatória para você tentar largar na frente e sair desse caos. O jogador é sempre o último na fila, sendo obrigado a passar por isso.
A jogabilidade do game traz elementos irritantesFonte: Reprodução / Voxel
Confesso que não acompanho essas corridas reais, mas suponho que a ocorrência dessas situações não sejam tão comuns quanto no jogo. É preciso ter muita paciência para aturar esse problema, e confesso que não sei como tive tanta assim.
E a tragédia só aumenta, como nas colisões exageradas com oponentes e elementos do cenário. Por exemplo, uma simples pedra, que por conta do tamanho e estrutura da roda não poderia ter uma consequência assim, pode fazer seu carro girar como uma roleta no meio da corrida. Isso sem falar nas partes do cenário que fazem com que você colida ou fique engatado, necessitando “resetar” o seu veículo para se desprender.
Por fim, há também fatores externos que contribuem para o colapso da jogabilidade. Por exemplo, em provas no gelo, o seu carro tende a sair de frente por conta do solo escorregadio. Porém, além de não fazer isso de uma forma real, às vezes isso ocorre justamente quando você não está no gelo, se tornando uma espécie de roleta-russa em relação a quando isso vai acontecer.
Monster Jam Showdown desliza em alguns pontos da jogabilidadeFonte: Reprodução / Voxel
Visual agrada, mas comete muitos exageros
A versão utilizada para a produção do review foi a de PlayStation 5, e me surpreendeu o quanto Monster Jam Showdown é bonito no console da Sony. O que mais chama atenção são os protagonistas do game, ou seja, os carros, que além de serem muito bem construídos no jogo, também chamam atenção por sua performance durante as provas, desde os amortecedores funcionando em grandes saltos, como nas peças voando durante as colisões.
A ambientação do jogo também dá um belo ar de realismo. É fácil se impressionar ao passar por poças e ver o reflexo do carro, ao mesmo tempo em que joga água e deixa os oponentes molhados, ou sujos de lama. Além disso, o cenário, seja no deserto, na neve, ou no meio das florestas, ajuda a ampliar esse ambiente real onde as corridas ocorrem.
Mas, como nem tudo são flores, Monster Jam Showdown também tem seus deslizes na parte visual. A começar pelos efeitos climáticos, que ao tentar reproduzir o que pode vir a ocorrer na vida real, acabam perdendo o tom e chegam a prejudicar os jogadores em alguns momentos.
A ambientação do jogo agrada, mas é bastante repetitivaFonte: Reprodução / Voxel
Por exemplo, durante algumas provas no deserto, é preciso encarar uma tempestade de areia, só que essa por sua vez tem uma proporção tão grande que você simplesmente não enxerga nada a sua frente, e passa a se guiar pelo pequeno mapa na parte inferior da tela. Nunca enfrentei uma tempestade dessa dirigindo um carro, mas mesmo que elas tenham essa proporção, não há motivos para colocar de uma forma que te prejudica quase 100% no jogo.
Por fim, há também alguns bugs visuais que desagradam. O principal deles é durante a execução de uma manobra, onde a câmera simplesmente não consegue acompanhar o movimento, e acaba se perdendo e fazendo com que o veículo fique fora de foco.
Vale a pena?
Monster Jam Showdown é um game que abraça a bolha de fãs do gênero e parece não se importar em furá-la para expandir sua popularidade. Os motivos são a ausência de modos além dos básicos, e uma jogabilidade que, por tentar se manter fiel à categoria, acaba pecando em bugs e falhas que a tornam irritante.
Embora o jogo até tenha provas divertidas, e os desafios de manobras bem viciantes, fica difícil não se irritar com as falhas ao longo das partidas, não se entediar com a repetição de circuitos, e não enjoar da ambientação limitada.
Nota do Voxel – 68
Prós
- Diversão garantida nas provas de manobras;
- Gráficos e desempenho não deixam a desejar;
- Provas inovadoras e divertidas;
Contras
- Jogabilidade irritante;
- Modo carreira curto e limitado;
- Efeitos climáticos prejudicam mais do que deveriam;
- Reciclagem de provas e circuitos.