Lançado nos cinemas em 2017, o filme A Cabana chegou ao catálogo da Netflix no dia 7 de setembro deste ano e está encontrando um grande sucesso no streaming. Com uma premissa digna de um filme de terror, o longa na verdade conta uma história de redenção que tem fortes temas religiosos.
Ele narra a história de Mackenzie “Mack” Phillips (Sam Worthington), o pai dedicado de três filhos que passa por uma grande tragédia. Durante uma viagem de férias, ele consegue salvar seus dois garotos de se afogar, mas isso vem a um grande custo — deixada de lado temporariamente, a jovem Missy é raptada e assassinada por um serial killer.
A Cabana mostra como, anos depois, Mack ainda vive atormentado pela tragédia e somente uma carta misteriosa consegue fazer com que ele prossiga com sua vida. Mas será que essa saga com fortes tons de autodescoberta e espiritualismo tira sua força do fato de ser baseada em uma história real?
A Cabana é baseada em fatos reais?
Apesar de a história de A Cabana ter alguns elementos autobiográficos de seu autor original, ela é uma história completamente ficcional. O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito por William P. Young, que se descobriu um romancista de sucesso quando chegou à faixa dos 50 anos de idade.
A Cabana tem a intenção de apresentar uma série de Conversas com DeusFonte: Divulgação/Lionsgate
Em uma entrevista ao New York Post, o escritor afirmou que tinha como objetivo apresentar aos leitores uma série de conversas com Deus sobre temas como dor, sofrimento e sobre o que é ser um humano. Muitas delas se basearam em uma jornada pessoal de autoconhecimento que ele iniciou após uma traição que gerou uma grande crise conjugal.
“Comecei a ter anotações, páginas e rascunhos na parte de trás de guardanapos e sacolas de compras dessas pequenas conversas, e eu agrupei todas elas. Eu pensei, e se eu escrever uma história sobre quem está perguntando essas questões e o porquê disso”, complementou o autor em sua explicação.
Livro surgiu como forma de lidar com demônios pessoais
P. Young também já explicou publicamente que A Cabana surgiu como uma forma de ele lidar com vários traumas pessoais, que envolviam questões como abusos e problemas com instituições religiosas. Ele também tinha conflitos com sua imagem pessoal, afirmando que se sentia pressionado o tempo toda a preservar uma percepção pública que lhe fosse positiva.
A Cabana iniciou a carreira de escritor de William P. YoungFonte: Divulgação/Lionsgate
O livro teve uma tiragem inicial de somente 15 cópias, que seriam distribuídas exclusivamente para amigos próximos do autor. No entanto, eles o convenceram a investir na carreira de escritor e fundaram a editora Windblown Media para lançar o volume, que se tornou rapidamente um dos mais vendidos da lista do New York Times.
Desde que A Cabana se tornou um sucesso, o escritor passou a se dedicar exclusivamente ao mundo da literatura. Ele também é o responsável por escrever os volumes A Travessia (2012), Eva (2015) e, mais recentemente, Lies we Believe About God (2017), este último ainda sem tradução para o português brasileiro.