Em um comunicado do Observatório Europeu do Sul (ESO), foi revelado que o Telescópio Event Horizon (EHT) concluiu uma recente observação que alcançou a resolução mais nítida já obtida por equipamentos terrestres. A captura foi dos buracos negros supermassivos M87*, e do Sgr A*. Foram utilizados os instrumentos espalhados por todo o planeta, como o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).
O Telescópio Event Horizon é uma colaboração entre diversos telescópios e radiotelescópios ao redor da Terra, visando criar um sistema interligado que forneça imagens de alta resolução. O EHT foi responsável por capturar a primeira ‘fotografia’ de um buraco negro, especificamente do M87*, divulgada no dia 10 de abril de 2019.
Normalmente, é necessário que os cientistas utilizem telescópios significativamente maiores para captar ‘fotografias’ de alta resolução. E isso certamente não é um problema para o EHT, já que ele é ‘um telescópio’ que envolve toda a Terra.
Contudo, a abordagem para aumentar a resolução foi diferente, pois a equipe do instrumento utilizou o método de observação de comprimentos de onda menores. A partir dessa técnica, eles detectaram luz dos centros de galáxias distantes utilizando a frequência de cerca de 345 GHz. Um estudo sobre o tema foi publicado na revista científica The Astronomical Journal.
“Com o EHT, vimos as primeiras imagens de buracos negros usando observações de comprimento de onda de 1,3 mm, mas o anel brilhante que vimos, formado pela curvatura da luz na gravidade do buraco negro, ainda parecia borrado porque estávamos nos limites absolutos de quão nítidas poderíamos fazer as imagens”, disse um dos autores principais do estudo, Alexander Raymond.
Foto mais nítida de um buraco negro
Para produzir as ‘fotografias’, os cientistas combinaram as observações de galáxias distantes com as imagens dos buracos negros supermassivos M87* e Sgr A* na frequência de 230 GHz. Em um comunicado oficial, a ESO afirmou que as observações fizeram parte de um teste técnico para entender melhor as possibilidades do EHT, incluindo a possibilidade de capturar dados de buracos negros mais distantes e menores do que os outros dois.
Nas imagens acima, é possível observar as diferenças de resolução entre as versões de 345 GHz (1,3 mm) e de 230 GHz (0,87 mm).Fonte: EHT / D. Pesce / A. Chael
A frequência de 345 GHz é equivalente ao comprimento de onda de 0,87 mm, e sua detecção é considerada um avanço na área. A equipe do Telescópio Event Horizon estima que, futuramente, será possível produzir imagens de buracos negros ainda mais detalhadas do que as versões atuais.
“Essas detecções de sinal VLBI em 0,87 mm são inovadoras, pois abrem uma nova janela de observação para o estudo de buracos negros supermassivos. No futuro, a combinação dos telescópios IRAM na Espanha (IRAM-30m) e França (NOEMA) com ALMA e APEX permitirá imagens de emissões ainda menores e mais fracas do que as possíveis até agora em dois comprimentos de onda, 1,3 mm e 0,87 mm, simultaneamente”, disse um dos autores do estudo, Thomas Krichbaum.
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