Lançada pela Netflix em 2020, Emily em Paris conta a história da jovem interpretada por Lily Collins que, nascida nos Estados Unidos, se muda para viver uma nova vida em Paris. Uma executiva de marketing bem-sucedida, ela é contratada para dar a uma marca um novo ponto de vista fora do comum no velho continente.
No entanto, a carreira profissional da personagem não é o foco, mas sim as várias desventuras e desencontros amorosos pelos quais ela passa. Embora os críticos às primeiras temporadas tenham afirmado que isso fez da produção bastante exagerada e clichê, seus criadores afirmam que tudo se baseia em uma história real.
Em uma entrevista concedida ao The Connexion, Rebecca Leffler explicou que Emily em Paris é uma reprodução fiel de boa parte de sua vida. Vivendo em Paris há quase duas décadas, ela colaborou com o criador Darren Star para que ele pudesse dar vida a uma série que, se tem seus desvios da realidade, também conta muitos episódios reais.
Emily em Paris é baseada em uma experiência real
Segundo Rebecca Leffler, muitos episódios vistos na série são reais, por mais absurdo que pareçam. Como exemplo disso, ela cita uma vez em que chamou um encanador para que ele consertasse seu chuveiro. O trabalho não foi completado, e ela acabou com uma geladeira no meio de sua sala — questionado sobre o motivo da bagunça, o profissional afirmou que “se apaixonou” e não conseguiu finalizar sua tarefa.
Ela também afirma que a agência de marketing na qual a protagonista de Emily em Paris trabalha é bastante parecida com o local que a contratou na vida real. Não somente ela tinha uma chefe durona e glamourosa como Sylvie, como também teve dificuldades em encontrar quem a chamasse para almoçar com ela.
“Eu era americana barulhenta e todos me olhavam de cima para baixo e não falavam comigo”, afirmou. “Era isso que acontecia. Essa tem sido minha experiência — eu sendo essa americana sorridente e otimista lidando com franceses”. Rebecca também explicou que teve alguns conflitos culturais evidentes, já que mesmo os franceses simpáticos a ela podiam demorar algum tempo para se abrir.
No entanto, a jornada dela e de Emily tem uma diferença substancial: enquanto a protagonista da série chega ao país sem falar o idioma, sua inspiração real já o dominava e tinha estudado o cinema local. Além disso, antes de se mudar de vez para Paris, ela já tinha passado um semestre na cidade em um intercâmbio promovido pela Dartmouth College.
Série foi inspirada vivências de Rebecca
Durante seu tempo na capital francesa, Rebecca virou uma correspondente do The Hollywood Reporter e trabalhou como uma crítica do Le Grand Journal, no Canal Plus. Ela acabou conhecendo Darren Starr graças a um produtor que virou seu amigo e a apresentou ao criador de Sex and the City.
Na época, Starr já estava dando início à criação de Emily em Paris e, ao saber da história da jovem, a convidou para participar da sala de redatores da produção. “Eu disse: aqui está a minha vida, peguem tudo, e só compartilhei todas as minhas anedotas. Darren Starr criou essa personagem, mas há muito de minha nela”.
“Eu sou um cliché. Eu vivo em Marais. Eu sou uma americana em Paris. Eu pratico yoga. Eu sou uma vegetariana. Há muitas coisas sobre mim que são diversos clichés americanos”, explicou. Ao mesmo tempo, ela deixou claro que nunca teve roupas feitas por estilistas, viveu em um apartamento luxuoso ou teve um vizinho tão charmoso quanto Gabriel (Lucas Bravo).
Segundo ela, os principais críticos a Emily em Paris foram justamente aqueles que não vivem na França e, por isso, não entenderam direto muitas de suas brincadeiras. No entanto, ela garante que seus amigos franceses apreciam muito a produção, especialmente aqueles que conseguiram suportar os sacrifícios necessários para conseguirem ser bem-sucedidos na capital do país.