Habitantes de um universo tridimensional, transitamos facilmente pelas três dimensões que conhecemos: altura (ou comprimento), largura e profundidade. Em nosso dia a dia, viajamos para cima e para baixo, para a esquerda e direita e para a frente e para trás. Também conhecemos, e interagimos, com dimensões inferiores, como o universo bidimensional de quadrados e círculos, ou criaturas unidimensionais como a reta.
Mas, o que dizer das dimensões mais altas? Em um artigo recente, publicado na Popular Mechanics, a autora Manasee Wagh faz uma provocação a respeito da quarta dimensão, um conceito complexo da física e da matemática que nos permitiria entender propostas da física quântica, como a chamada teoria das cordas.
Para exemplificar possibilidades de transições dimensionais, Wagh cita o livro satírico Flatland: Uma Aventura em Muitas Dimensões, escrito em 1884 pelo educador londrino Edwin A. Abbott. Na trama, o protagonista Quadrado vive em um mundo bidimensional, e recebe a visita de Esfera, um ser de um mundo tridimensional, que abre as perspectivas do colega plano para um mundo inteiro que ele jamais imaginara.
E se existissem alienígenas em uma quarta dimensão?
Talvez o livro de Abbott continue nos encantando porque junta dois conceitos que intrigam a humanidade há milênios e jamais foram provados: a existência de dimensões superiores e, o que é mais fascinante, habitadas por seres que, teoricamente, jamais seríamos capazes de perceber. A não ser, claro, que alguma Esfera, ou Pirâmide, viesse nos visitar.
De qualquer maneira, se quiséssemos entrar em uma dimensão mais alta, na prática, teríamos que, primeiramente, fazer um ângulo reto com a forma anterior da seguinte forma: levantar a linha para a segunda dimensão, cubar a linha para alcançar a terceira, e repetir o mesmo movimento para chegar até a quarta dimensão. Ou seja, fazer um ângulo, mas com o cubo, que agora passaria a ser um “hipercubo”, ou tesseract, como já vimos em algum filme.
No sentido estritamente geométrico, a quarta dimensão é um espaço perpendicular a um cubo, mas esse conceito não ajuda muito. No vídeo acima, a comunicadora científica Toby Hendy exemplifica como veríamos extraterrestres da quarta dimensão, se eles entrassem em nosso mundo tridimensional.
Enxergando alienígenas da quarta dimensão
O game 4K Miner explora “fatias 3D” em um mundo 4D.Fonte: Steam
No vídeo, disponível no canal Tibess do YouTube, Hendy explica: “Bem, depende de qual parte do objeto 4D está passando pelo nosso espaço 3D“. Ao tentar pegar uma bola de lã quadridimensional que está passando para a nossa dimensão, tudo o que vemos é uma pequena esfera, isso “porque essa fatia está perto da borda da bola 4D”, diz a apresentadora.
À medida que a bola se move em nossa direção, ela cresce; mas, se ela sai do nosso plano de existência, aparentemente encolhe e some. O mesmo aconteceu com o sr. Quadrado em Flatland. À medida que a Esfera entrou na sua dimensão 2D, ele a visualizou com um círculo (diâmetro do corpo da esfera), que se materializou, depois encolheu, até sumir de volta para a sua dimensão tridimensional, que o Quadrado não é capaz de enxergar.
Quem desejar uma experiência imersiva em mundos quadridimensionais, pode experimentar dois jogos de vídeo que utilizam a técnica de “fatiamento” para representar o mundo 4D em 3D: o quebra-cabeça Miegakure e o 4D Miner, um jogo de sobrevivência e construção inspirado no Minecraft, porém com a inclusão de uma quarta dimensão espacial.
Como os alienígenas da quarta dimensão nos veriam?
Um ser da quarta dimensão poderia ver nossos órgãos, esqueletos e células.Fonte: Getty Images
Da mesma forma como podemos enxergar a totalidade de um quadrado, de cima, teoricamente um ser 4D poderia enxergar o exterior e o interior dos objetos 3D que, no nosso caso, incluiria órgãos internos, esqueletos e cada célula do nosso, e tudo isso ao mesmo tempo. E o pior é que, se eles estiverem nos estudando neste exato momento, nem perceberíamos.
Quem sabe seja esse o motivo de tantos avistamentos de OVNIs simplesmente se desvanecerem no ar? Seriam os alienígenas seres quadridimensionais escondendo suas fatias de nós?
Logicamente, todas essas analogias são apenas exemplos hipotéticos para tentarmos compreender dimensões superiores, mesmo limitados por nossa experiência 3D. Na física teórica, a ideia de dimensões extras é explorada na teoria das cordas, que seja talvez a melhor maneira de explicar como as menores partículas do Universo se comportam. Os físicos aceitam a possibilidade de existirem até 11 dimensões.
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