Divulgado recentemente, o relatório “Perspectivas da população mundial 2024”, da ONU, aponta para uma mudança histórica em relação à transição demográfica do planeta: “vidas mais longas e famílias menores”. Mergulhando nas previsões populacionais de 237 países, os especialistas da organização mundial preveem que o pico da população mundial irá ocorrer mais cedo do que se pensava.
A atual multidão de 8,2 bilhões de seres humanos chegará a aproximadamente 10,3 bilhões em meados da década de 2080, mas deverá cair para cerca de 10,2 bilhões no final deste século, estima a Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais. Esse número é 6%, ou 700 milhões de pessoas a menos, do que se previa em 2013.
Em um comunicado de imprensa, o Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Li Junhua, explica que, “em alguns países, a taxa de natalidade agora é ainda menor do que o previsto anteriormente, e também estamos vendo declínios ligeiramente mais rápidos em algumas regiões de alta fertilidade”.
Por que a população mundial irá cair?
Meninas com níveis mais altos de educação têm menos probabilidade de ter uma gravidez precoce.Fonte: ONU
Um sinal óbvio detectado pelo relatório da ONU para o esperado declínio populacional é que muitos países do mundo estão tendo menos nascimentos. Isso tem sido notável mesmo em lugares com aumentos históricos da população, como a China, que registrou uma diminuição de 850 mil habitantes no ano de 2022.
Esse movimento também tem sido uma tendência em outras partes do mundo inteiro, como no Japão, Tailândia, Itália, Espanha, Portugal e Coreia do Sul.
Em outros países, onde as gravidezes precoces aumentam os índices de natalidade, o investimento na educação de jovens, principalmente meninas, e o aumento nas idades de casamento e primeira gravidez são medidas em andamento, diz o relatório, que podem desacelerar o crescimento populacional.
Quais as consequências de um declínio da população mundial?
No final da década de 2070, teremos mais cabelos brancos no mundo.Fonte: Getty Images
Para o executivo da ONU, o atingimento precoce do pico populacional, e em números inferiores ao que se esperava, é “um sinal esperançoso”. Isso porque com menos gente, os impactos humanos ao meio ambiente serão também menores, devido à redução no consumo agregado.
Segundo o relatório, atualmente mais de um quarto da população mundial mora em um dos 63 países ou áreas onde a população já atingiu o seu pico, o que inclui China, Rússia, Japão e Alemanha. Outro grupo de 50 países, onde está o Brasil, o Irã e a Turquia, deverá se juntar ao “clube dos populosos” nos próximos 30 anos. Mesmo após essa data, a população de outros 120 nações (Indonésia, Nigéria, Paquistão e EUA incluídas) continuará crescendo.
A consequência é que, após uma interrupção pontual causada pela pandemia de Covid, o aumento da expectativa de vida na Terra voltou com força, com uma média de 73,3 anos de longevidade em 2024. Esse número poderá chegar a 77,4 anos em 2054. Esse crescimento projeta 2,2 bilhões de pessoas com 65 anos ou mais até o final da década de 2070, superando os menores de 18 anos.
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