Após longos anos de espera, Cyberpunk 2077 finalmente foi lançado em 2020 — e trouxe inúmeras polêmicas relacionadas à sua qualidade, principalmente nos consoles de geração passada (PS4 e Xbox One). O tempo foi passando, novas atualizações foram chegando e, finalmente, a CD Projekt RED se redimiu de uma estreia catastrófica.
Mesmo que tenha reconquistado uma parcela do público no processo de redenção, a recepção conturbada do RPG futurista remete a um dos piores momentos da carreira de Pawel Sasko, diretor de missões do estúdio polonês que conversou com o Voxel durante a sua passagem pela Gamescom Latam no fim de junho.
“Cara, foi um momento muito difícil para nós, de verdade”, contou Sasko ao Voxel. “Muita gente me conhecia, pois eu era uma das pessoas que estava conversando com o nosso público sobre o game antes do lançamento. Eu entendo quando recebemos hate no Twitter ou no Instagram, mas eu estava sendo odiado até no LinkedIn. Imagina o que é preciso para causar ódio no LinkedIn?”.
Atualizações de Cyberpunk 2077 foram desafiadoras
Sasko continua admitindo que é “importante reconhecer e entender que houve um problema” com o lançamento de Cyberpunk 2077. “Eu não acho que ninguém com uma mente sã em nosso estúdio diria que as críticas não foram válidas”, continuou o diretor de missões da CD Projekt.
Atualizações de melhorias para Cyberpunk 2077 foram desafiadoras, segundo Pawel Sasko, diretor de missões da CD Projekt RED.Fonte: CD Projekt RED
“Sabemos que foi justificado, mas ainda assim foi muito difícil receber ódio por toda parte. Realmente muito difícil”, lamentou Sasko, que afirma ter vivido um dos piores momentos de sua carreira quando a CD Projekt RED sofreu um ataque hacker logo após as polêmicas de Cyberpunk 2077.
“Começamos a trabalhar nos patches e no jogo para melhorá-lo, e ao mesmo tempo fomos hackeados. A época em que trabalhamos no patch 1.2 e 1.3 foi o momento mais difícil da minha carreira. Sério, foi muito difícil”, lamentou o desenvolvedor, que possui nada menos que 19 anos de indústria de games no currículo.
Cyberpunk: Edgerunners ajudou no processo de redenção do RPG
“Mas continuamos trabalhando, continuamos tentando, sabe?”, continuou Sasko fazendo um paralelo com o anime Cyberpunk: Edgerunners, que estreou na Netflix enquanto o estúdio ainda trabalhava em melhorias para o RPG.
Foi graças à produção, inclusive, que foi possível dar uma respirada mais aliviada, já que a atenção dos jogadores havia sido captada mais uma vez para o universo futurista. “Eles [Studio Trigger] apresentaram esse mundo de forma tão fantástica que fizeram os jogadores quererem mais”.
Cyberpunk: Edgerunners ajudou muito no processo de redenção de Cyberpunk 2077.Fonte: CD Projekt RED
“Quando os jogadores voltaram ao game, de repente tivemos a atualização 1.6, que trouxe melhorias e proporcionaram uma experiência muito melhor. A comunidade começou a ver isso e foi o primeiro momento em que realmente vimos esperança”, contou.
No entanto, mesmo dando continuidade na empreitada, ainda havia muitas dúvidas internas sobre prosseguir com a produção de Cyberpunk 2077, que faziam a CD Projekt RED se questionar se “é realmente possível virar o jogo”.
“Muitos nos aconselharam a ‘deixar isso para lá e passar para o próximo projeto’, e nós não queríamos, sabe? Queríamos consertar as coisas”, explicou Sasko ao Voxel.
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