Este sábado (06) marca o “aniversário” do 5G standalone no país. A tecnologia de dados móveis de quinta geração foi oficialmente implementada no Brasil nesta data em 2022, com a ativação do sinal em Brasília.
Passados dois anos, a estrutura supervisionada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) segue em expansão. O panorama é de que o 5G standalone cresce “de forma significativa”, embora ainda haja muito trabalho pela frente em termos de território a ser coberto.
O que é 5G standalone?
Também chamado de 5G “puro”, “de verdade” ou “SA”, o 5G standalone é o padrão mais rápido e avançado dessa geração de conectividade móvel.
Ele usa uma faixa dedicada ao 5G com um núcleo de rede exclusivo. Os outros padrões, 5G NSA (non-standalone) e 5G DSS, compartilham a frequência ou então a antiga estrutura do 4G — o que significa na prática que nem todo o potencial dessa tecnologia é utilizado.
É a partir dele que a velocidade máxima é atingida, a latência é a mínima possível e as antenas garantem conexão estável para múltiplos aparelhos. Além disso, ela possibilita a aplicação em setores como Internet das Coisas (IoT), veículos e cidades inteligentes.
A evolução do 5G standalone no Brasil
No Brasil, o 5G standalone funciona na faixa de 3,5 GHz. Ela foi uma das frequências negociadas no leilão do 5G, realizado em novembro de 2021 com arrecadação recorde de R$ 46,79 bilhões.
As operadoras Tim, Claro e Vivo foram as vencedoras do lote. Essa aprovação do edital com a oferta das frequências, porém, aconteceu com bastante atraso e a superação de muitos obstáculos e adiamentos.
Após a estreia, o 5G standalone chegou oficialmente a todas as capitais brasileiras em outubro de 2022. Houve um atraso no prazo original, consequência da demora na chegada de equipamentos e a limpeza de faixa.
Substituição das parabólicas tradicionais faz parte da implementação. (Imagem: Pablo Le Roy/MCom)Fonte: Pablo Le Roy/MCom
Isso porque uma das dificuldades do avanço está na limpeza da frequência de 3,5 Ghz, que envolve a migração do sinal da TV parabólica para evitar interferências.
Essa ação é coordenada pelo Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na Faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi). O órgão liberou 4.302 municípios para utilização da faixa por estações de 5G — mais de 192 milhões de brasileiros, ou 94,5% da população.
Como está o 5G no Brasil?
De acordo levantamento da Anatel enviado para o TecMundo, o 5G standalone está atualmente em 529 municípios. Isso representa o acesso para 122,1 milhões de habitantes — ou 60,17% da população brasileira.
A evolução passa também pela oferta de smartphones com suporte a essa rede. No momento, são 195 modelos homologados pela Anatel com acesso ao 5G. Aparelhos mais antigos ou básicos normalmente não oferecem acesso a essa conexão. Neste quesito, o destaque é a Samsung, que já vende 54 modelos com 5G no país. A sul-coreana é seguida de Motorola (33), Xiaomi (20) e Apple (17) e Realme (17).
Em laranja, territórios com o 5G ativado; regiões em azul têm o 4G. (Imagem: Anatel/Divulgação)Fonte: Anatel
Atualmente, são 21.312 estações licenciadas na faixa de 3,5 GHz com tecnologia 5G. Somente nas capitais, o número de estações é de 13.634 pontos. Para efeitos de comparação, em julho de 2023 o 5G standalone estava em 184 municípios e rodava em 125 smartphones.
A meta da Anatel prevê como última fase o atendimento até 31 de dezembro de 2029 a 100% dos municípios com menos de 30 mil habitantes.
E as operadoras?
Levando em conta todas as modalidades, a TIM atualmente é a operadora com mais municípios cobertos pelo 5G, com 397 cidades. Ela é seguida por Vivo (315), Claro (263) e a regional Algar (31).
Municípios com 5G no Brasil por operadora. (Imagem: Anatel/Divulgação)Fonte: Anatel
Ainda segundo a Anatel, o país registrou uma alta de 197,1% em acessos no 5G no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado. Em quantidade de assinantes, são 24,2 milhões de pessoas.
No ranking de quantidade de acessos, o ranquamento é outro. A Claro registra mais conexões, com a Vivo em segundo lugar e a Tim em terceiro.
Implementação deve acontecer até 2029. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Apesar de estar dentro do cronograma, a implementação do 5G em um país vasto como o Brasil é um processo demorado e que começou com atrasos.
Além disso, a “hierarquia” na implementação do sinal faz com que regiões remotas ou com menos habitantes fiquem no final da fila. Ainda assim, o processo segue em andamento — e deve trazer números ainda mais positivos na comemoração do terceiro aniversário da tecnologia em 2025.