A astronomia é uma ciência que começou a existir muito antes da criação do método científico, já que as civilizações mais antigas utilizavam técnicas astronômicas, como os egípcios, no Egito, e os Maias, no México.
Ao decorrer da história da humanidade, diferentes astrônomos afirmaram que existiram diferentes planetas no Sistema Solar, contudo, alguns não eram corpos celestes de fato e outros não eram reais.
Com a evolução da astronomia, observações por meio de telescópios espaciais e aplicação do método científico, muitas teorias sobre possíveis planetas começaram a ‘cair por terra’. Por exemplo, é o caso de Plutão, que já havia sido confirmado por cientistas como um dos principais corpos celestes do Sistema Solar, mas acabou sendo reclassificado como um planeta anão.
Na ciência, as revisões de conceitos antigos são comuns, por isso, ocorreram diversos ajustes na astronomia ao longo dos anos.
Para aprofundar um pouco mais sobre os corpos celestes que não são reais, o TecMundo reuniu informações de cientistas e especialistas da área sobre 5 planetas que não chegaram a existir. Confira!
Plutão
Descoberto pelo astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh, em 1930, Plutão foi considerado um planeta até pouco mais de uma década atrás. Aproximadamente 76 anos após a descoberta, em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) reclassificou Plutão como um planeta anão; além de alterar significativamente a história do Sistema Solar, a atualização causou um alvoroço na comunidade científica — até hoje, alguns cientistas não concordam com a reclassificação.
Apesar da reclassificação como planeta anão, alguns cientistas da comunidade científica ainda discutem sobre a possibilidade de Plutão ser um dos principais planetas do Sistema Solar.Fonte: NASA
Para ser considerado um planeta, Plutão deveria seguir três caraterísticas distintas: ele deve orbitar ao Sol; necessita possuir massa suficiente para criar uma forma quase completamente arredondada; e precisa ter limpado a órbita de outros objetos ao seu redor. Contudo, os cientistas apontam que Plutão não respeita a última característica, já que não limpou sua órbita para se tornar o principal corpo celeste da região.
“Isso significa que o Sistema Solar é composto por oito ‘planetas’ — Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Uma nova classe distinta de objetos chamada ‘planetas anões’ também foi estabelecida. Ficou acordado que ‘planetas’ e ‘planetas anões’ são duas classes distintas de objetos. Os primeiros membros da categoria ‘planeta anão’ são Ceres, Plutão e 2003 UB”, a IAU explicou em um comunicado oficial.
Planeta X
Há muitos anos, diversos cientistas propõe a existência de um nono corpo celeste no Sistema Solar, conhecido como Planeta X — ou Planeta Nove. De acordo com os estudiosos, o suposto objeto cósmico levaria até 15 mil anos para dar uma volta ao redor do Sol, por isso, sua detecção seria extremamente complexa.
Em 2014, um astrônomo observou oscilações na órbita de Sedna, um objeto transnetuniano (TNO) localizado a 13 bilhões de quilômetros de distância da Terra. Segundo a teoria, um objeto massivo ainda mais distante poderia ser responsável pelas pertubações na órbita de Sedna, esse seria o Planeta X.
Apesar de não ter sido confirmado, os próximos telescópios espaciais com tecnologias avançadas devem procurar pela existência do Planeta X. De qualquer forma, ainda não existe nenhuma confirmação científica da existência de um nono planeta principal no Sistema Solar.
Nibiru
Nibiru nunca foi um planeta real, na realidade, foi proposto pelo escritor holístico Zecharia Sitchin no livro “O Décimo Segundo Planeta”, em meados de 1976. O autor sugeriu que Nibiru era a ‘casa’ de uma civilização extraterrestre que auxiliou no desenvolvimento das antigas civilizações da humanidade. Não é à toa que o mito foi ‘desmascarado’ por cientistas e astrônomos; os pesquisadores afirmam que o suposto planeta nunca existiu.
O suposto planeta Nibiru ainda é citado como real por diversos teóricos de conspirações.Fonte: Getty Images
Hipoteticamente, o ‘planeta’ orbitava o Sol a cada 3,6 mil anos e poderia causar estragos na Terra em evento de grandes catástrofes. Em 2012, ao lado de diversas outras teorias sobre o fim do mundo, um grupo de pessoas alegou que Nibiru iria colidir com a Terra naquele ano — a teoria voltou a surgir em 2017, mas é claro nada disso que não aconteceu.
“É uma teoria conspiratória de internet. Se o Nibiru ou Planeta X fosse real e se dirigisse à Terra, os astrônomos estariam seguindo ele há pelo menos uma década, e agora seria visível a olho nu. Obviamente, não existe”, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) explicou em comunicado.
Vulcano
O matemático e astrônomo francês Urbain Le Verrier previu a suposta existência de Vulcano após estudar a teoria da gravitação universal de Isaac Newton; ao aplicá-la ao movimento orbital de Urano e Mercúrio, surgiu a hipótese de que um planeta não descoberto estava realizando algum tipo de força gravitacional desconhecida. Apesar de parecer estranho, foi exatamente dessa forma que Le Verrier descobriu Netuno — então, não seria tão estranho se Vulcano realmente existisse.
Vulcano surgiu por uma hipótese baseada na ciência, mas acabou se tornando mais famoso na franquia de ficção científica Star Trek.
O suposto corpo celeste foi nomeado em homenagem ao deus do grego do fogo, afinal, Vulcano seria o planeta mais próximo do Sol se a informação fosse real. Em meados de 1919, uma nova teoria comprovada sugeriu que as oscilações na órbita de Mercúrio eram causadas por outro motivo, assim, acabando com a teoria de que Vulcano existia.
“Havia a crença em muitos setores [da astronomia] de que existia um planeta entre Mercúrio e o Sol, mas que geralmente se perdia no brilho solar. Algumas pessoas pensavam ter avistado Vulcano durante eclipses solares totais, e era muito comum procurar por Vulcano nesses eventos, pois o brilho do sol era eliminado, proporcionando uma chance muito maior de avistar qualquer possível planeta”, disse o professor de física, Daniel Kennefick, da Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos.
Phaeton
Após alguns cientistas perceberem um padrão nas órbitas dos planetas do Sistema Solar e uma lacuna entre Marte e Júpiter, conforme explica a lei de Titius Bode, foi sugerido que Phaeton poderia ser um corpo celeste hipotético localizado entre as órbitas desses dois planetas. Ele foi nomeado em homenagem ao filho do deus do Sol, Hélio, na mitologia grega.
É importante não confundir o planeta hipotético Phaeton com o asteroide de mesmo nome, estudado pela NASA em diferentes observações.Fonte: Getty Images
Alguns estudiosos e teóricos de conspirações acreditam que Phaeton foi destruído por conta de forças da natureza ou por uma guerra nuclear alienígena. É importante destacar que nenhuma dessas informações passou pelo método científico, então, a realidade é que não existe e, provavelmente, nunca existiu nenhum planeta como Phaeton é descrito.
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