A inteligência artificial (IA) veio para ficar e é inegável que sua existência tem contribuído de muitas formas para facilitar a vida humana. Dentre tantos campos que se beneficiam dessa tecnologia, a Astronomia tem dado passos significativos em direção ao conhecimento do universo.
Se antes nossa visão era limitada a pequenas manchas e borrões de dados em uma tela, atualmente podemos conseguir imagens mais nítidas e em alta definição de como nosso universo realmente é e funciona. Veja como a inteligência artificial está trabalhando para nos ajudar a desvendar o universo!
O refinamento de imagens é um dos usos da IA na astronomia.Fonte: NASA/JPL-Caltech/ESA
A inteligência artificial pelo universo
O campo da Astronomia traz diversos desafios aos pesquisadores, principalmente em relação a observações e distâncias. Como reconhecer, há 1,2 milhões de quilômetros de distância, se uma manchinha na imagem na Saturno é apenas um borrão na imagem ou outra lua ainda desconhecida?
Com o uso das IAs, não apenas em solo, mas também nos telescópios, é possível realizar esse reconhecimento com maior fidedignidade e principalmente com mais agilidade. Por meio da geração de milhões de dados anualmente, alguém tem que ficar com o trabalho árduo de separar o que é interessante do que não é tão relevante. Aí entram as inteligências artificiais.
Em um universo tão vasto nem todos os objetos que aparecem na imagem são de interesse científico, então como separá-los?Fonte: NASA/ESA/STScI/B. Salmon
A IA é treinada com base em dados coletados e tratados ao longo de todos os anos analógicos do estudo do universo.
As características, classificações, dados, imagens, tudo é incutido na inteligência, que passará a aprender, reconhecer e categorizar os dados encontrados. Além disso, a velocidade com que isso é realizado é muito superior a que um astrônomo conseguiria fazer. Afinal, contar pedrinhas espaciais pode ser bem cansativo.
Quem vai calcular essa paralaxe aqui?
Dados em tela, quem irá calcular e tratar os dados? Claramente, todos os dados passam por uma análise crítica de um ser humano, no entanto, a base bruta dos dados pode ser realizada por uma inteligência artificial.
Ela é alimentada com dados parametrizados e trata um montante significativo de informações em poucas horas. Um exemplo da grandiosidade de dados é o observatório em construção no Chile Vera C. Rubin. De acordo com o site Space.com, depois de terminado, o antigo Large Synoptic Survey Telescope (LSST), será capaz de gerar 60 petabytes de dados em imagens do universo.
Muitos anos de cálculos manuais são economizados com o uso da IA.Fonte: GettyImages
Se você tem um computador com um Terabyte de memória, precisaria de 60 mil iguais ao seu para comportar todos os dados. Imagine então o quanto não seria necessário de capacidade de máquina e mão de obra humanada para dar conta de tudo isso! Mas o uso da IA vai além do cálculo.
Olhos nos confins do Universo
O uso da inteligência também auxilia para que o homem chegue virtualmente nos planetas e mais próximo do fim do nosso Sistema Solar.
Seres humanos tem necessidades básicas para sobreviver, como oxigênio e água. Elementos que parecem não estar amplamente disponíveis por aí na galáxia. No entanto, sondas robóticas precisam de uma boa bateria e saber reconhecer “perigos” como buracos, erupções e armadilhas que possam prendê-las de algum modo.
Sondas como a Curiosity utilizam IA para conseguir se locomover e capturar dados de Marte.Fonte: NASA/JPL-Caltech
Se você fica surpreso por seu robô aspirador conseguir sair de cantos difíceis e voltar para a base quando a bateria está acabando, imagine uma IA capaz de desbravar o universo. O pouso, a estadia, captura de dados e a presença do homem em lugares tão distantes do nosso planeta só é possível graças à inteligência artificial.
Uma imagem mais nítida, por favor
Outro uso da inteligência artificial na astronomia é o tratamento de imagens. As astrofotografias do Sistema Solar, e vizinhança, não são bem como você imagina. Sem cores, vários rabiscos e pouco compreensível. Assim são algumas das fotos do nosso universo.
Composição de fotos de radiotelescópio da Nuvem de Magalhães.Fonte: NASA/JPL
Mas as IAs conseguem triar e reconhecer os comprimentos de ondas com seus respectivos espectros de cor. Elas podem “limpar e definir” a imagem, melhorando a resolução, resultando nas belas fotos que vemos por aí. Importante falar que a inteligência não cria a imagem, apenas ajuda a melhorar a definição.
É o fim para os Astrônomos e Astrofísicos?
A inteligência artificial é uma excelente ferramenta de análise e predição, no entanto, a especificidade do pensamento humano ainda é extremamente necessário para o desfecho final de um dado.
Viagens e a aterrissagens como pra a lua de Júpiter, Europa, podem ser planejadas graças a existência da IA.Fonte: NASA/JPL-Caltech
Há muito o que melhorar, e ainda que possa se aproximar de um cenário perfeito, não podemos nos esquecer que as limitações da inteligência artificial andam de mãos dados com a capacidade de quem as cria.
Mas é impossível não dar crédito a essa ferramenta para a potencialidade de novas descobertas e a otimização no tratamento de dados, imagens e a possibilidade de exploração do nosso Sistema Solar.
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