Um dos planetas mais fáceis de detectar no céu noturno (pois é um ponto brilhante vermelho na direção do poente), Marte é um mundo diferente de todos os outros que conhecemos. Afinal, ele é o único fora da Terra sabidamente habitado por robôs: dois rovers de superfície, um helicóptero e oito sondas espaciais em órbita.
Quarto planeta a partir do Sol, esse nosso vizinho é o mais próximo no Sistema Solar, a uma distância aproximada de 225 milhões de quilômetros. Mas esse número pode variar dramaticamente em razão da forma elíptica das órbitas dos dois planetas.
No entanto, a proximidade não significa similaridade. O chamado Planeta Vermelho, nome dado em virtude à grande quantidade de ferrugem (óxido de ferro) existente em sua superfície, não se parece em nada com a Terra, pelo menos por enquanto. É um local seco, rochoso e extremamente frio, segundo a NASA.
Mas essa não é a única peculiaridade de Marte. Veja a baixo, algumas curiosidades que talvez você, ainda não saiba sobre o planeta.
Comparações de Marte com a Terra
Marte tem cerca de metade do diâmetro da Terra.Fonte: GettyImages
Com um raio médio de 3,39 mil quilômetros, Marte tem um pouco mais do que a metade do raio médio terrestre, que é de 6,37 mil quilômetros. Adaptando uma analogia da NASA, podemos dizer que, se a Terra fosse uma moeda de R$ 0,25 , Marte teria o diâmetro de uma amora-vermelha.
Marte completa um giro em torno do seu eixo a cada 24,6 horas, o que significa que lá o dia dura um pouco mais que as nossas 23,9 horas. Para se referir a um dia marciano, os cientistas geralmente usam o termo “sol”. Dessa forma, um ano no Planeta Vermelho dura 669,6 sóis, o equivalente a 687 dias terrestres.
De forma quase idêntica ao nosso planeta, nosso vizinho vermelho tem um eixo de rotação inclinado 25 graus em relação ao plano de sua órbita solar (a nossa inclinação axial é de 23,4 graus). Com isso, Marte também tem estações diferenciadas, mas elas duram mais tempo do que as terrestres porque o planeta demora mais tempo para concluir sua translação. A primavera no hemisfério norte (outono no sul) é a estação mais longa, com 94 sóis.
A superfície do Planeta Vermelho
Marte tem um grande número de cânions, crateras e vulcões.Fonte: Getty Images
A superfície de Marte não é apenas vermelha (cor do regolito predominante), mas também apresenta tons de marrom, dourado e castanho. Embora o diâmetro do planeta seja pouco mais da metade do nosso planeta, sua área total é praticamente a mesma da superfície seca da Terra.
A paisagem marciana exibe alguma das propriedades topográficas mais notáveis do Sistema Solar. Um sistema de cânions chamado Valles Marineris é maior do que a extensão do território brasileiro de ponta a ponta (4,3 mil quilômetros). Esse gigantesco desfiladeiro tem 320 quilômetros na sua largura máxima e sete quilômetros de profundidade, ou seja, dez vezes o tamanho do Grand Canyon nos EUA.
Marte abriga também o maior vulcão do Sistema Solar: o Olympus Mons, três vezes mais alto do que o nosso monte Everest e com uma base de cerca de 315 mil quilômetros quadrados. Completam a paisagem antigas redes de vales fluviais, deltas e leitos de lagos, herança de um passado aquoso e grandes inundações ocorridas há 3,5 bilhões de anos.
Água e atmosfera de Marte
O maior desafio do helicóptero Ingenuity da NASA foi a atmosfera rarefeita de Marte.Fonte: NASA
Hoje já se sabe que existe água em Marte, mas não na superfície. Como a atmosfera extremamente fina não oferece proteção contra os raios cósmicos, o hidrogênio, um dos componentes essenciais da água, vai direto para o espaço. Assim, a água marciana está concentrada abaixo das regiões polares, em forma de gelo, ou como água salgada, que flui ciclicamente em algumas encostas e paredes de crateras.
A atmosfera rarefeita do Planeta Vermelho é composta principalmente pelos gases dióxido de carbono, nitrogênio e argônio. Isso faz com que, em vez de azul como na Terra, o céu marciano seja predominantemente avermelhado e nebuloso. Por ser pouco densa, a atmosfera marciana não oferece barreiras para a queda de objetos como meteoros, asteroides e cometas, o que implica na existência de grandes crateras no solo.
Outro efeito interessante da atmosfera fina é não reter o calor do Sol na superfície. Se estivéssemos, por exemplo, de pé no equador marciano ao meio-dia. a temperatura em nossos pés seria parecida com a da primavera terrestre (24º C), mas a sensação térmica em nossa cabeça seria de 0º C. A soma dessas características faz com que os cientistas não esperem encontrar vida em Marte, mas apenas vestígios de vidas microbianas passadas.
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