Recentemente, uma explosão criogênica ocorrida no cometa 12P/Pons-Brooks aumentou o brilho do objeto espacial em mais de 100 vezes, atingindo a magnitude 9,3. O astrônomo amador Eliot Herman, que tem monitorado o cometa quase todas as noites, capturou a última erupção no dia 14 de novembro.
Para quem entende a terminologia, os relatórios pós-explosão são um indicativo se vale ou não a pena tentar observar o cometa gelado com o seu telescópio caseiro. A correta compreensão sobre magnitude muitas vezes marca a diferença entre capturar uma imagem inédita ou passar uma noite no frio em vão.
Por isso, entender as características de um objeto astronômico é fundamental, não apenas para os entusiastas da astronomia, mas também para todos que se interessam em compreender o funcionamento do Universo que nos cerca.
Como se calcula a magnitude de cometas e estrelas?
Quanto menor o número da magnitude, maior é o brilho do objeto.Fonte: Eliot Herman
Ferramenta essencial para os astrônomos registrarem e compararem o brilho de cometas, estrelas, planetas, galáxias e outros corpos celestes, a magnitude astronômica é uma escala logarítmica de intensidade luminosa dos objetos. Nela, cada unidade de magnitude representa uma diferença de intensidade de aproximadamente 2,52 vezes.
A primeira dificuldade que os leigos enfrentam para entender a escala é a seguinte: quanto menor o número da magnitude atribuída, mais brilhante é o objeto observado. Isso significa que uma estrela de magnitude 1 é cerca de 2,52 vezes mais brilhante do que uma estrela de magnitude 2, e 100 vezes mais brilhante do que uma estrela de magnitude 6.
Aplicando a escala de magnitude das estrelas
Explosão do cometa 12/Pons-Brooks diminuiu sua magnitude.Fonte: Projeto de Educação e Divulgação Comet Chasers
Quem quiser saber por que isso acontece, deve voltar no tempo, até o século II, quando o astrônomo Ptolomeu criou a escala de magnitude. Ele percebeu que a maioria das estrelas brilhantes que conseguia enxergar (além de Sírius), tinha brilho parecido e assim as categorizou como “de primeira magnitude”. As de brilho mais modesto foram chamadas “de segunda magnitude”, e assim por diante.
Essas observações ptolomaicas se tornaram a base do sistema astronômico atual, mas foram colocadas em uma base mais precisa. Uma estrela usada como referência na navegação, Spica, tem magnitude aparente de 1,04 e é 2,52 vezes mais fraca que Vega, uma das estrelas mais brilhantes do céu noturno, com magnitude próxima a 0.
Alguns exemplos práticos
Objetos Magnitude
- Sol……………………………………………………………… -27
- Lua cheia…………………………………………………….. -13
- Vênus (máximo)…………………………………………… -4,8
- Sírius……………………………………………………………. -1,5
- Supernova 1987a (pico)………………………………… 2,9
- Supernova 1054 (Nebulosa do Caranguejo)….. -6
- Cometa Pons-Brooks (agora)…………………………. 12,7
- Cometa Pons Brooks (pico sem explosão)……… 4,3
Naturalmente, os instrumentos ópticos propiciam uma visibilidade maior dos objetos celestes, que pode chegar à magnitude 10 com um par de binóculos. Em termos de comparação, o telescópio James Webb consegue ver galáxias com magnitude de 34.
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