Nosso planeta Terra existe há cerca de 4,5 bilhões de anos e foi habitada por formas de vida durante quase toda a sua história. Embora os primeiros representantes da espécie homo sapiens tenham surgido há apenas cerca de 200 mil anos, a humanidade só atingiu a maioridade recentemente e provavelmente não existirá por muito tempo numa escala de tempo cósmica.
Parece inevitável que nossa espécie, um dia, acabará.
Para não faltar honestidade nestas palavras, também parece inevitável que todas as espécies vivas hoje na Terra sejam extintas. Os últimos 4 bilhões de anos foram uma corrida ininterrupta e incrivelmente bem-sucedida pela vida, mas o futuro dos próximos bilhões não será tão brilhante.
Representação artística do surgimento da vida na Terra primitiva.Fonte: Don Dixon/Harvard
Ao longo de sua vida, você provavelmente já se deparou com inúmeras histórias sobre nossa destruição iminente, geralmente provocada por algum evento apocalíptico aterrorizante em nossa imaginação. As encarnações do fim da Terra vêm em uma variedade de formas: o apocalipse do calendário maia, Nibiru, uma nova grande inundação, alguma profecia bíblica, um asteroide gigante caindo em direção a Terra.
Embora possa parecer em certos momentos da atualidade, felizmente não vivemos mais em um mundo onde os mitos e o misticismo prevalecem no nosso pensamento. Hoje sabemos que podemos compreender aquilo que está por vir usando as ferramentas preditivas da ciência. Com base nisso, existem algumas maneiras diferentes pelas quais a vida na Terra encontrará seu fim. Apresentaremos aqui 3 delas.
O fim dos oceanos
O fato do nosso planeta possuir o tamanho e a massa que tem, uma atmosfera com tais proporções específicas de elementos químicos e se localizar a distância que está de uma estrela como o Sol proporcionou a combinação perfeita para sustentar a vida, com grandes quantidades de água líquida em sua superfície.
Trata-se de uma feliz coincidência cósmica: se alguma destes parâmetros propriedades fosse diferente, a diversidade e variedade de vida – e talvez até mesmo a vida por completo – não existiria hoje.
Lava de vulcão em contato com o oceano.Fonte: Getty Images
Graças à evolução do nosso Sol, contudo, os nossos lagos e oceanos não existirão para sempre. Ao passo que o hélio se acumula no núcleo do Sol, onde ocorre a fusão nuclear que realiza a conversão de hidrogênio, nossa estrela se expande e provoca mudanças dramáticas nos planetas mais próximos.
Após cerca de 1 ou 2 bilhões de anos, a quantidade de energia que o Sol emite aumentará até um certo ponto crítico, uma quantidade para ferver toda água em estado líquido na superfície terrestre. À medida que isso acontecer, a atmosfera se encherá de vapor de água e o efeito estufa assumirá o controle, aumentando a temperatura do planeta catastroficamente, tornando-o totalmente inóspito à vida na superfície.
Transformação em um planeta estéril
Entre 5 a 7 bilhões de anos no futuro, o Sol já estará totalmente sem hidrogênio no seu núcleo. Nesse momento, o núcleo se contrairá e aquecerá, fazendo com que as camadas externas da estrela inchem e expandam.
Conforme a superfície solar se expandir, ele irá esfriar, mas também se tornará muito mais luminoso. Esse é o ponto em que o Sol transita de uma estrela da sequência principal para uma gigante vermelha que queima hélio em seu núcleo.
A Terra ficará parecida com o planeta Mercúrio: uma rocha estéril e sem carbonizada.Fonte: Getty Images
Nesse processo, a quantidade de energia produzida será tão extrema que nada na Terra resistirá a este ataque solar: cada átomo da nossa atmosfera será ejetado e todas as criaturas que tiverem permanecido vivas na superfície serão reduzidas à cinzas carbonizadas.
Devorado pelo Sol
Se alguma forma de vida extrema tiver sobrevivido a esta evolução dramática da nossa estrela, elas certamente não sobreviverão ao gran finale: nas estimativas astrofísicas modernas, é provável que o Sol expanda cerca de cem vezes o seu diâmetro atual e se torne milhares de vezes mais luminoso do que é hoje.
É possível que a Terra seja engolida pela expansão do Sol.Fonte: Wikimedia Commons/Fsgregs
Nesse processo, os mundos internos, Mercúrio e Vênus, serão totalmente devorados e, a depender de qual seja o limite superior na estimativa do crescimento do Sol, a Terra e Marte também poderão entrar nesse jantar estelar.
Em suma, a vida no planeta Terra acabará. Conhecemos o futuro distante do nosso planeta, mas o futuro a curto prazo é aquele que nos cabe criar. Quais escolhas estamos fazendo para isso?