O filme Maestro (2023) apresenta ao grande público uma tocante cinebiografia de Leonard Bernstein, o renomado regente da Orquestra Filarmônica de Nova York. Escrito, dirigido e protagonizado por Bradley Cooper, o filme brilha ao focar no relacionamento do compositor com Felicia Montealegre (Carey Mulligan).
A produção vem sendo bem recebida pela crítica desde a sua estreia na Netflix, em 7 de dezembro. O longa-metragem já conquistou 3 indicações no Globo de Ouro e tudo indica que marcará presença no Oscar de 2024.
Mas será que Maestro conseguiu reproduzir a verdadeira história do casamento dos artistas? Saiba mais a seguir!
A história de Leonard Bernstein
Leonard Bernstein nasceu em 1918 em uma família de imigrantes judeus ucranianos. Desde cedo, ele dedicou sua vida à música. Aos 27 anos, Leonard alcançou o posto de diretor da Filarmônica de Nova York.
Sua genialidade se estendeu por diversas óperas e trilhas sonoras de filmes, destacando-se em Sindicato de Ladrões (1954). Em colaboração com Stephen Sondheim, criou o icônico musical da Broadway “Amor, Sublime Amor”.
Bernstein acumulou dezenas de prêmios ao longo da vida, entre eles: sete Emmys, dois Tonys, dezesseis Grammys e uma indicação ao Oscar de 1954.
Além de suas realizações artísticas, o maestro ficou conhecido por seu envolvimento em ações humanitárias, como o concerto realizado durante a queda do Muro de Berlim em 1989.
Bernstein se aposentou em 1990, mesmo ano de seu falecimento aos 72 anos.Fonte: Alamy/Yahoo/Reprodução
O relacionamento complexo com Felicia Montealegre
Felicia Montealegre foi uma atriz bem-sucedida nos Estados Unidos que nasceu na Costa Rica e viveu parte da sua juventude no Chile. A artista conheceu Bernstein em 1946, casando-se com o músico em 1951.
O casal teve três filhos, mas o casamento não foi convencional. Apesar do amor entre eles, Leonard Bernstein era gay e manteve vários relacionamentos extraconjugais durante todo o seu relacionamento com Felicia.
Felicia Montealegre e Leonard Bernstein em 1959.Fonte: Radio Times/Reprodução
Em uma carta reveladora, a atriz mostrou conhecer a sexualidade do marido, pedindo-lhe apenas para se manter autêntico na relação. “Estou disposta a aceitá-lo como você é, sem ser um mártir… vamos tentar ver o que acontece se você for livre para fazer o que quiser, mas sem culpa e sem confissão”, escreveu Felicia.
A relação enfrentou desafios, especialmente quando os rumores sobre os casos de Bernstein se tornaram ainda mais públicos. Os desentendimentos do casal também aumentavam quando Felicia sacrificava oportunidades de carreira para apoiar o marido e cuidar dos filhos.
Até que, em 1976, o maestro sai de casa para morar com seu amante, Tom Cothran. A separação não durou mais que um ano, pois, em 1978, Felicia recebeu o diagnóstico de câncer no pulmão e Bernstein retornou para ajudar nos cuidados. A atriz faleceu pouco tempo depois.
Bradley Cooper e Carey Mulligan caracterizados em Maestro (2023).Fonte: Netflix/Divulgação
Em entrevista ao RadioTimes.com, a produtora Kristie Macosko Krieger explicou que o papel dos filhos de Bernstein, Jamie, Alexander e Nina, foi fundamental para garantir a precisão da história de amor dos artistas.
“Eles estavam por perto e disponíveis para perguntas intermináveis e fizeram pesquisas para nós e cada etapa do caminho se tornou uma caixa de ressonância para Bradley e Carey e toda a equipe de produção.”
Para a caçula do casal, Nina Bernstein Simmons, a opção de criar um filme que abordasse o casamento dos seus pais foi o que permitiu “realmente capturar sua essência, seu eu mais íntimo” de Leonard.