Até o momento, a Terra é considerada o único corpo celeste do Sistema Solar que apresenta sinais de vida, mas existem algumas características importantes que fazem do nosso planeta um lugar tão único. Por exemplo, a Terra oferece uma atmosfera com oxigênio e um ambiente com muita água; além disso, ela é considerada o único planeta rochoso nesta região espacial com dois polos magnéticos.
O campo magnético da Terra é gerado a partir da movimentação natural que ocorre no centro do planeta. O núcleo interno sólido e o núcleo externo de metal líquido se movimentam por conta da convecção térmica gerada durante essa dinâmica, um processo que gera correntes elétricas. Assim, as correntes elétricas interagem entre si e criam um campo magnético que também é responsável por permitir a vida na Terra.
É exatamente esse ciclo dos núcleos internos e externos que produzem o geodínamo e, consequentemente, o campo magnético da Terra. A partir desse processo, são gerados os polos magnéticos do planeta, os quais são considerados muito importantes para os sistemas que envolvem geolocalização.
Mas é importante destacar que os polos magnéticos não são fixos, eles se movimentam constantemente a uma taxa considerável. Por exemplo, desde 1831, a posição do polo norte foi alterada em aproximadamente 1.100 quilômetros; atualmente, os cientistas sugerem que a mudança é de cerca de 55 quilômetros por ano.
Para explicar um pouco mais sobre porque o planeta Terra tem polos magnéticos, o TecMundo reuniu informações de agências espaciais, cientistas e especialistas na área. Confira!
Polos magnéticos da Terra
Chamado de magnetosfera, o campo magnético da Terra protege a humanidade contra os ventos solares, radiação, partículas de ejeção de massa coronal e raios cósmicos do espaço sideral. Não é à toa que em regiões onde a magnetosfera é considerada um pouco mais fraca na Terra, doses extras de radiação podem ‘perfurá-la’ e, infelizmente, causar doenças como câncer de pele.
Os cientistas explicam que a magnetosfera funciona como um campo de proteção contra algumas das forças que impossibilitariam a vida na Terra. Alguns animais, como peixes e pássaros, também utilizam a magnetosfera para se guiar; funciona como uma bússola interna desses seres vivos.
É importante lembrar que o ‘norte verdadeiro’ tem uma posição fixa na Terra, mas o norte geomagnético é influenciado pelo campo magnético e não é fixo.Fonte: Getty Images
“Uma vez que as forças que geram nosso campo magnético estão constantemente mudando, o próprio campo está em contínuo fluxo, sua intensidade aumentando e diminuindo ao longo do tempo. Isso faz com que a localização dos polos magnéticos norte e sul da Terra mude gradualmente e até mesmo inverta completamente a cada 300.000 anos aproximadamente”, a NASA descreve em uma publicação.
Quando o metal liquido do núcleo externo se movimenta, o alto teor de ferro faz com que a Terra possua dois polos distintos: norte e sul. Funciona quase como um ímã, um polo é carregado com energia magnética positiva e outro com energia negativa. Aproximadamente 80% da magnetosfera do planeta funciona dessa forma, os outros 20% funcionam como campos que se comportam de uma forma menos organizada.
De acordo com informações da NASA, os polos magnéticos da Terra podem se inverter completamente a cada 300 mil anos, contudo, os cientistas estudam a possibilidade de que uma inversão não ocorra a aproximadamente 780 mil anos. Ou seja, muitos pesquisadores sugerem que os polos podem se inverter em algum momento no futuro.
O que é a inversão dos polos?
Como já foi citado, a inversão geomagnética é um fenômeno natural do sistema da Terra que ocorre ao longo do tempo geológico do planeta. Em palavras mais simples, os polos norte e sul trocam de lugar e o campo magnético se enfraquece. Infelizmente, um evento do tipo poderia causar muitos problemas para a humanidade.
Os cientistas apontam que o campo magnético da Terra enfraqueceu aproximadamente 9% nos últimos 200 anos.Fonte: Getty Images
Após uma inversão completa dos polos, o campo magnético enfraquecerá, mas continuará protegendo a Terra contra raios cósmicos e radiação — o enfraquecimento também poderia resultar em uma maior incidência de radiação na atmosfera.
No entanto, ainda devem ocorrer diversas consequências graves, como impactar os sistemas de navegação dos humanos, o sistema interno de geolocalização dos animais e até afetar algumas tecnologias que dependem do campo magnético.
“Durante uma inversão dos polos, os polos magnéticos norte e sul da Terra trocam de localização. Embora isso possa parecer grande coisa, as inversões de polos são comuns na história geológica da Terra. Os registos paleomagnéticos dizem-nos que os polos magnéticos da Terra se inverteram 183 vezes nos últimos 83 milhões de anos, e pelo menos várias centenas de vezes nos últimos 160 milhões de anos”, a NASA descreve.
Até o momento, não existem dados suficientes comprovando que a Terra passará por uma nova inversão polar em um futuro breve. No entanto, como a última ocorreu há quase 800 mil anos, é possível que o planeta esteja prestes a passar por mais um evento de inversão. Também existem evidências de que as variações do campo magnético não são responsáveis por causar mudanças climáticas no planeta.
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