Indiscutivelmente, em toda esse descontrole que virou o mercado das plataformas de streaming o Prime Video permaneceu como uma excelente opção custo x benefício, ainda mais considerando todo o contexto do pacote Amazon Prime. Em termos de produções disponíveis no catálogo, a plataforma também não faz feio, em fevereiro, por exemplo, a divertida e anabolizada série Reacher retorna para uma terceira temporada.
O problema do 4K no Prime Video
No entanto, uma característica que já é uma dor de cabeça em outras plataformas também passou a assolar o Prime Video, a reprodução em 4K. No caso de concorrentes, como Disney+ e Max, uma redefinição dos planos tornou o acesso a reprodução de conteúdo em 4K algo restrito a um valor de assinatura mais elevado. Com o streaming da Amazon o 4K virou uma dor de cabeça não por uma redefinição estratégica do formato de cobrança, mas um entrave jurídico que agora penaliza os assinantes, já que a reprodução nessa resolução não está mais disponível, e, não há nenhuma previsão de retorno.
Ação Judicial
Como noticiamos aqui, em novembro de 2024 o Prime Video teve que interromper a exibição de conteúdo em 4K, devido a uma ação movida pela DivX, que acusa a Amazon de usar a tecnologia HEVC (essencial para a compressão de vídeos em HD e 4K) sem as devidas licenças, ou seja, sem pagar os royalties necessários.
Na época, a Amazon disse que não estava descartado o retorno da exibição em 4K, mas que isso exigiria um processo de recodificação do catálogo para outro codec. Um prazo para isso não foi divulgado publicamente.
Sem previsão de retorno
Passados 2 meses da retirada do 4K da plataforma o panorama segue basicamente o mesmo. A reprodução em UHD segue indisponível, e o número de pedidos de posicionamentos claros da Amazon no Reclame Aqui só aumenta.
Fizemos uma busca rápida sobre essa questão no Reclame Aqui e encontramos diversos consumidores manifestando sua insatisfação com a situação. “Vocês tiraram o 4k do prime video, diminuiram a qualidade e continuam com o mesmo preço. Quero cancelar minha assinatura e receber de volta tudo que paguei desde que diminuíram a qualidade”, reclamou um assinante do serviço.
Outro diz que investiu em uma TV 4K justamente para ter acesso a melhor qualidade de imagem e aproveitar que a Amazon era uma das poucas plataformas que ofereciam um plano completo sem anúncios por um preço justo. “Então é frustrante ver que a empresa não está priorizando a satisfação dos seus clientes. Quero uma solução para esse problema e uma posição oficial da Amazon sobre o futuro do suporte a vídeos em 4K”, completou.
O que diz a Amazon?
Nas respostas direcionadas aos questionamentos dos usuários no Reclame Aqui, a Amazon tem adotado o mesmo estilo de mensagem automática, com um detalhe que merece atenção:
“Agradecemos seu contato e interesse em nossa plataforma. Gostaríamos de informar que o recurso de reprodução em 4K não está mais disponível em nosso serviço. Infelizmente, este é um recurso que atualmente não faz parte de nossa oferta.
É importante esclarecer que a disponibilidade de conteúdo em 4K não depende exclusivamente de nós. Ela envolve acordos complexos com estúdios, produtoras e detentores de direitos autorais, além de considerações técnicas e estratégicas.
Lamentamos que não possamos atender à sua expectativa neste momento. A Amazon sempre busca oferecer a melhor experiência possível aos seus clientes, mas infelizmente não temos como atuar na disponibilização de um recurso que não faz parte de nossa oferta atual.
Continuamos trabalhando para melhorar e expandir nossos serviços, e agradecemos sua compreensão. Se houver algo mais em que possamos ajudar, por favor, não hesite em nos contatar”.
A maneira como a mensagem está construida não parece indicar algo que está prestes a ser solucionado. É uma mensagem que deixa completamente em aberto essa questão, e que ainda joga no meio outros pontos que vão além da questão jurídica, mencionando a questão dos acordos com estúdios e etc.
Atualmente, o Prime Video ocupa a segunda colocação entre os serviços de streaming mais usados no Brasil. A plataforma detém 20% de quota de mercado, segundo dados levantados pelo Just Watch. Percentual que está bem próximo da líder Netflix, responsável por 25%.